A Psicopedagogia no atendimento de crianças com transtorno opositivo desafiador

Autores

  • Jucimara de Barros Bandeira
  • Tatiane Cristina Martins UNINTER

Resumo

Transtorno Opositivo Desafiador é um distúrbio de comportamento. É usado para se referir a crianças que constantemente discutem ('se opõem') e desobedecem ('desafiam') àqueles que cuidam delas, muito mais do que normalmente seria esperado. O objetivo principal do presente trabalho é analisar as ações praticadas por familiares e professores para dar o atendimento às crianças com Transtorno Opositivo Desafiador. O estudo se justifica, uma vez que perceber precocemente as principais características das crianças com TOD auxilia no cotidiano, tanto das próprias crianças como também dos pais e educadores. Sabe-se que as birras, comportamento contestador e desafiador são normais em crianças que estão contrariadas com algo ou alguém, porém, quando esse comportamento se torna excessivo, pode produzir desconforto nas famílias, que necessitam lidar e ensinar que o viver tem desafios. Devem ser controladas as emoções que, ao se tornarem explosivas, trazem preocupações no que se refere a formas de lidar com a agressividade e recusa de obedecer às regras dos pais e professores. A metodologia do estudo é de abordagem qualitativa, com pesquisa bibliográfica. De acordo com os resultados da pesquisa, o psicopedagogo tem a responsabilidade de verificar todo o histórico e características da criança analisada, para que seja possível concluir um diagnóstico e, desta forma, traçar técnicas interventivas. Assim, as ações psicopedagógicas e terapêuticas precisam, além de auxiliar na autorregulação das emoções e comportamentos, trabalhar na prevenção da progressão do TOD para conflitos maiores, que tragam problemas de aprendizagem.

Palavras-chave: Transtorno Opositivo Desafiador; escola; crianças.

Abstract

Oppositional Defiant Disorder is a behavior disorder. It is used to refer to children who constantly argue ('oppose') and disobey ('challenge') those who care for them, much more than would normally be expected. The main objective of this study is to analyze the actions practiced by family members and teachers to provide care to children with Oppositional Defiant Disorder.  The study is justified, as the early awareness of the main characteristics of children with ODD helps in their daily lives, both for the children themselves and also for parents and educators. It is known that tantrums, challenging and defiant behavior are normal in children who are upset about something or someone, however, when this behavior becomes excessive, it can lead to discomfort in families, who need to deal with it and teach that life has many challenges. Emotions that, when they become explosive, bring concerns about how to deal with aggressiveness and refusal to obey the rules of parents and teachers should be controlled. The study methodology has a qualitative approach, with bibliographic research. According to the research results, the psychopedagogues are responsible for verifying the entire history and characteristics of the analyzed child, so that it is possible to conclude a diagnosis and, thus, outline interventional techniques.  Hence, psychopedagogical and therapeutic actions need, in addition to assisting in the self-regulation of emotions and behaviors, to prevent the progression of the ODD for larger conflicts, which bring learning problems.

Keywords: Oppositional Defiant Disorder; school; children.

Resumen

Trastorno Oposicional Desafiante es un desorden del comportamiento. Se usa para referirse a niños que constantemente discuten ('se oponen') y desobedecen ('desafían') a aquellos que cuidan de ellos, mucho más de lo que normalmente se esperaría. El objetivo principal del presente trabajo es analizar las acciones de familiares y profesores en la atención a niños con Trastorno Oposicional Desafiante. El estudio se justifica por cuanto percibir precozmente las principales características de los niños con TOD auxilia en lo cotidiano, tanto de los propios niños como de padres y educadores. Se sabe que las rabietas, el comportamiento de protesta y desafiante, son normales en niños que están en desacuerdo con algo o alguien; sin embargo, cuando este comportamiento se vuelve excesivo, puede producir malestar en las familias, que necesitan hacerle frente y enseñar que el vivir implica enfrentar retos. Deben controlarse las emociones que, al volverse explosivas, traen preocupaciones sobre cómo lidiar con la agresividad y la negativa de obedecer a reglas de padres y profesores. La metodología del estudio tiene enfoque cualitativo, con investigación bibliográfica. De acuerdo con los resultados de la investigación, el psicopedagogo tiene la responsabilidad de verificar toda la historia y características del niño analizado, para que sea posible concluir un diagnóstico y, de esta manera, definir técnicas de intervención. Así, las acciones psicopedagógicas y terapéuticas necesitan, además de ayudar en la autorregulación de las emociones y comportamientos, trabajar en la prevención de la progresión del TOD para conflictos mayores, que generen problemas de aprendizaje.

Palabras-clave: Trastorno Oposicional Desafiante; escuela; niños.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jucimara de Barros Bandeira

Professora no Centro Universitário Internacional UNINTER.

Tatiane Cristina Martins, UNINTER

Acadêmica no curso de Psicopedagogia no Centro Universitário Internacional UNINTER.

Referências

AGOSTINI, V.L.M.L.; SANTOS, W.D.V. Transtorno desafiador de oposição e suas comorbidades: um desafio da infância à adolescência. In: Psicologia.pt. Portal dos psicólogos, 25 fev. 2018. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1175.pdf. Acesso em: jan. 2021.

ALBUQUERQUE, R.N. Transtorno de conduta: um olhar na perspectiva psicanalítica de Winnicott. Síndromes. Rev. Multidisciplinar do Desenv. Humano, São Paulo, ano 3, n. 1, p. 11-19, jan./fev. de 2013.

ALENCAR, M. S. O.; GOMIDE, P. I. C.; WZOREK, L. W. A influência do desenho animado violento no comportamento agressivo de crianças. Rev. Elet. da Fac. Evangélica do Paraná, Curitiba, v. 1, n. 2, p. 62-68, jul./set. 2011.

ALENCAR, M.I.S.C.; RESENDE, G.S.L. Práticas pedagógicas com crianças que apresentam transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Rev. Facisa online, Barra do Garças – MT, v. 9, n. 1, 2020.

ALMEIDA, L.G.G. Efetividade do treinamento de pais no tratamento do transtorno opositor desafiador. 2017. 23 f. TCC (Curso Lato Sensu em Terapia Cognitivo-Comportamental) – CETCC, São Paulo, 2017. Disponível em: https://cetcconline.com.br/wp-content/uploads/2018/09/2017-2-LUIZ-GUSTAVO-GARCIA-DE-ALMEIDA.pdf. Acesso em: jan. 2021.

AMARAL, P. Transtorno de conduta: síndromes diversas. 1. ed. São Paulo: 2013.

APA - Associação Americana de Psicologia. Dicionário Conciso de Psicologia. Washington, DC: American Psychological Association, 2009.

APA - American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. DSM-5. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento. Porto Alegre: Artmed, 2013.

BANASCHEWSKI, T. et al. ADHD and Hyperkinetic Disorder. 2. ed. United States of America: Oxford University Press, 2015.

BARLETTA, J. B. Avaliação e intervenção psicoterapêutica nos transtornos disruptivos: algumas reflexões. Rev. Bras. Ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, dez. 2011.

BERNARDO, M.O.; SILVA, R.T.; SANTOS, M.F.R. Transtorno Desafiador Opositor e a influência do ambiente sociofamiliar. Rev. Transformar, Itaperuna-RJ, v. 11, 2017.

CÁCERES, N.G.; SANTOS, N.G. Conhecendo o transtorno opositivo desafiador TOD e estabelecendo relações de aprendizagem escolar. Revista Philologus, Rio de Janeiro, ano 24, n. 72, set./dez. 2018.

CAMINHA, M.G.; CAMINHA R.M. Intervenções e treinamento de pais na clínica infantil. Porto Alegre: Sinopsys, 2011.

CASTRO, E. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. In: Brasil Escola, Goiânia, 2018. Disponível em: http://brasilesco.la/m14668. Acesso em: jan. 2021.

Cury, Augusto. O código da inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil/Ediouro, 2008.

DAVIES, N. Desordem desafiadora de oposição na sala de aula. In: Headteacher Update, Salisbury/London, 07 Jan. 2016. Disponível em: https://www.headteacher-update.com/best-practice-article/oppositional-defiant-disorder-in-the-classroom/112142/. Acesso em: jan. 2021.

GENRO, J.P. O gene do transportador de dopamina e a suscetibilidade genética ao Transtorno de Défitc de Atenção/Hiperatividade em crianças. 2008. 112 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS, Porto Alegre, 2008. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/15475/000667582.pdf?sequence=1. Acesso em: jan. 2021.

GOMES, A.Z. et al. Estresse materno e a relação entre crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Revista Uningá, Maringá-PR, v. 51, p. 107-111, jan./mar. 2017. Disponível em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1341. Acesso em: jan. 2021.

LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

LUISELLI, J.K. Características clínicas e tratamento do transtorno desafiador de oposição. In: CABALLO, V. E; SIMON, M. (org.). Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente: Transtornos específicos. São Paulo: Santos, 2005. p. 39- 55.

MAIA, J. M. D.; WILLIAMS, L. C. A. Fatores de risco e fatores de proteção ao desenvolvimento infantil: uma revisão da área. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto – SP, v. 13, n. 2, p. 91-103, 2015.

MANTOANI, F.F.S.; BERGAMO, L.P.D.; CORDEIRO, I. A intervenção psicopedagógica escolar em crianças com Transtorno Opositivo Desafiador. Educação, Batatais, v. 9, n. 1, p. 29-45, jan./jun. 2019.

PAULO, M.M.; RONDINA, R.C. Os principais fatores que contribuem para o aparecimento de evolução do Transtorno Desafiado Opositivo. Rev. Cient. Eletron. de Psic., São Paulo, v. 1, p. 1-7, 2010.

PAULA, M. D. P.; SANTOS, L. A. Intervenção cognitiva em transtorno de oposição desafiante: um estudo de caso. RGSN-Revista Gestão, Sustentabilidade e Negócios, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 84-98, jun. 2015.

PRODANOV, C.C.; FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo - RS: Universidade FEEVALE, 2013.

ROSSI, C. Transtorno Opositivo Desafiador, da teoria à prática. [S.l.]: NeuroSaber, 2018. Ebook. Disponível em: www.neurosaber.com.br. Acesso em: jan. 2021.

SANTOS, L. M. S.; GONZAGA FILHO, M. Transtorno Desafiador Opositivo: a agressividade no ambiente escolar. Rev Cient. Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, São Paulo, ano 3, ed. 2, v. 3, p. 101-119, fev. 2018.

SERRA-PINHEIRO, M.A.; SCHMITZ, M.; MATTOS, P.; SOUZA, I. Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Rev Bras Psiquiatr, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 273-6, dez. 2004.

SILVA, R.C.G. Transtorno opositor desafiador: como enfrentar o TOD na escola. 2017. 48 f. Monografia (Especialização em Educação Especial e Inclusiva) - Instituto A Vez do Mestre, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/53309.pdf. Acesso em: jan. 2021.

TEIXEIRA, G. O reizinho da casa. 1. ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2014.

TEIXEIRA, G. Manual dos transtornos escolares: entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola. 8. ed. Rio de janeiro: BestSeller, 2017.

VELASQUES, B.B.; RIBEIRO, P. Neurociência e aprendizagem: processos básicos e transtornos. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014.

VIEIRA, T. M. Fatores de aprendizagem social, comportamento agressivo e comportamento lúdico de meninos pré-escolares. 2017. 100 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2017.

XAVIER, C.V. Bases neurocientíficas do Transtorno Desafiador Opositor em sala de aula. 2012. 38 f. Monografia (Especialização em Neurociência Pedagógica) - AVM-Faculdade Integrada, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T207092.pdf. Acesso em: ago. 2018.

Downloads

Publicado

2021-11-29